Lendo este texto do Fernando Dannemann no site Recanto das Letras sobre o instinto maternal do rato doméstico não pude deixar de pensar no tal Instinto Maternal nos seres humanos. Ultimamente vive-se questionando o fato de que não existe o tal instinto materno nas mulheres. Muitos acreditam que trata-se de influências culturais e não determinações biológicas. Com o discurso feminista de que os direitos são iguais e portanto o cuidado com os filhos deve ser tanto da mãe quanto do pai, muitas mulheres para não se punir por abrir mão da maternidade prefere acreditar que o “instinto maternal” é um mito criado por uma cultura machista para mantê-las trancafiadas em seus lares cuidando da prole.
Estou longe de ser uma Amélia e mais longe ainda de ser uma feminista, portanto detesto todo tipo de discurso em que para se defender uma idéia, se ataca outra. Todo animal possui um instinto natural para preservar sua espécie, isto é cientificamente, biologicamente, comprovado. Em suma, se até um rato de esgoto tem o tal “instinto maternal” porque uma mulher não o teria? Por que para se igualar ao homem a mulher precisa renegar sua natureza?
Fatores culturais interferem na natureza, isto é fato, e acaba gerando deturpações onde, no final já não percebemos claramente quem interferiu em quem. Afinal, a mulher foi culturalmente obrigada a assumir a maternidade instintivamente, ou foi obrigada a renegar este instinto em nome de uma liberdade social e uma suposta igualdade?
Sempre criei animais domésticos e já vi muitos nascerem. Já vi o tal instinto maternal entre minhas cadelas e gatinhas, e até em galinhas, patinhas e periquitinhas. Também já vi algumas mães totalmente relapsas, e estas, tomávamos o devido cuidado para jamais ficarem prenhas novamente. Mas estas são, definitivamente, a minoria. A diferença é que elas não tinham muita escolha, e só ficaram sabendo que não queriam ser mães depois de ter aquelas coisinhas miúdas brigando por suas tetas, exigindo alimentos, reclamando de frio, deixando-as irritadas pelo simples fato de estarem ali.
Já entre os seres humanos existe o poder da escolha e é possível se perceber a existência, ou não, deste instinto. Se uma mulher não sente um pingo de emoção ao ver uma mãe amamentando, se não verte lágimas ao assistir um vídeo do nascimento do filho de uma amiga, se acha sua irmã uma idiota ao contar as gracinhas dos seus filhos, imitando inclusive, a voz infantil destes, é fato que esta mulher nasceu sem o tal instinto. Se insistir em ter filhos, aí sim o estará fazendo por fatores culturais ou influências familiares e certamente irá frustrar-se com a maternidade. Pior ainda será a culpa que se arrastará por toda a sua vida por não ter sido uma boa mãe. Uma mulher sabe se nasceu para ser mãe, ou não. Basta não permitir que influências culturais, machistas ou feministas, determinem o que quer fazer e seguir em frente com suas escolhas. Instinto maternal existe sim, mas nem todos os animais o possuem. É tudo simples questão de sensibilidade! Cabe-nos respeitar a natureza!
Eu sempre quis ser mãe. Em nenhum momento fui cobrada para isso. Queria e pronto. Hoje não me arrependo de ter abandonado uma carreira promissora em nome da maternidade. Mesmo guando todos me achavam louca, deixei o Instinto falar por mim. Agora meus filhos são adolescentes, me enchem de orgulho, e eu voltei à carreira pública. Mesmo que minha carreira atual não seja tão promissora, mesmo que minha vida já não dependa só de mim, hoje sou muito mais feliz! Confiei em mim, nos meus instintos, e acertei.
Como eu poderia saber, se nem sabia que tipo de pessoas eles seriam, que amaria tanto meus filhotes a ponto do meu coração doer? Como poderia saber que abrir mão da própria felicidade e passar a viver a felicidade de outros, poderia me fazer ainda mais feliz? Desde o primeiro minuto em que toquei meus filhos, soube que minha vida jamais seria a mesma. Senti que ela seria muito, muito melhor, e ainda hoje não sei bem o porquê. Ainda hoje não consigo entender que amor incondicional é este! Se isto não é instinto maternal, o que é?
Aguardo ansiosa o dia de amanhã para receber meu presente pelo Dia das Mães, embora saiba que meu maior presente me foi dado, por mim mesma, no dia que decidi Respeitar a Minha Natureza!
1 comentários:
Adorei o teu texto, e já sou tua seguidora.
Volto aqui numa outra altura.
Entretanto, visita os meus blogs:
-FRUTO DO MEU VENTRE, AMOR DA MINHA VIDA;
-CARPE DIEM;
-O HOMEM SONHA, A OBRA NASCE
Um abraço:)
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