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Este blog não tem grandes pretensões! É apenas o meu espaço para dizer o que penso, sem que ninguém me interrompa antes que eu conclua minhas idéias. ...risos... Seja bem-vindo!

GEEMPA

Acabei de fazer um curso com o Grupo de Estudos sobre Educação, Metodologia de Pesquisa e Ação - GEEMPA - O grupo trabalha com um projeto de alfabetização, que promete 100% de alunos alfabetizados em um período de 6 meses para crianças e 3 meses para adultos. Tentadora a proposta, não? Pois é, impossível resistir! Eu tinha que saber ao certo que inovação era essa.
O Geempa oferece um curso inicial de 5 dias com os professores interessados em trabalhar com sua proposta que faz com que possamos rever muitos de nossos conceitos  e revolucionar nossa prática.
Nestas páginas do meu blog vou falar sobre a proposta,e escrever um diário da minha turma, com a qual começarei a trabalhar a partir do dia 10 de maio.
Antes de iniciar o diário da turma, vou explicar um pouquinho desta proposta, que precipituamente parece ser algo lançado agora, mas que já realiza seu trabalho, com expressivos resultados, muito antes do que imaginamos!

Introdução:

O GEEMPA é uma sociedade civil sem fins lucrativos, registrada como pessoa jurídica em Porto Alegre, RS, e declarada de utilidade pública, conforme decreto municipal de 13 de dezembro de 1984, que desenvolve, desde sua fundação, atividades de pesquisa na área de educação.
O Geempa vem trabalhando há trinta e seis anos, com propostas didático-pedagógicas construídas no diálogo entre as mais bem fundamentadas teorias da aprendizagem e os mais complexos problemas de ensino-aprendizagem em sala de aula, notoriamente em escolas públicas que atendem as classes populares.

Programa de Correção de Fluxo Escolar:


O programa de correção de fluxo escolar do Geempa visa reintegrar alunos nos níveis de aprendizagem que lhes correspondem no sistema escolar. A tecnologia do Geempa implica em uma renovação metodológica profunda. Ela trabalha com um novo paradigma e requer atualização de parte dos professores, sobre os quais recai a principal responsabilidade do êxito do programa.
Segundo a Dra. Esther Pillar Grossi, Coordenadora geral do Programa Geempa de Correção de Fluxo Escolar, "não se ensina explicando, se ensina instigando os alunos com desafios para que eles se façam perguntas. Só se aprende se há alguma falta a preencher. A competência para produzir esta falta tornou-se a base da ação docente..."
Para se obter sucesso os resultados da tecnologia geempiana de alfabetização indiscutivelmente o centro é o professor, tendo por meta a qualidade da educação que promove em sala de aula, da organização do seu trabalho no campo da didática da alfabetização e da matemática nas séries iniciais do ensino fundamental assim como da pertinência de técnicas, aparatos e ferramentas empregadas como procedimentos de ensino-aprendizagem, de alunos das escolas publica do país.

Para aqueles que desejam obter maiores informações sobre o programa e a proposta do GEEMPA, sugiro que entre no site: http://www.geempa.org.br/index2.html
Quento a mim, finalizando meu curso de 5 dias, com uma pontinha de medo da realidade que me espera, mas totalmente confiante que alcançarei a meta de alfabetizar 100% da minha turma, darei início ao meu diário. Que Deus me ajude!



Meu Diário

03 de maio de 2010 -  Hoje ficamos só nos preparativos. Minha turma terá 15 alunos entre 7 e 10 anos. Todos ainda não alfabetizados.

10 de maio de 2010 - A semana passada foi muito agitada! Devido ao curso ficamos 1 semana fora da escola e quando voltamos ficou difícil organizar os assuntos pendentes. Conselho de Classe, Dia das Mães, relatórios dos alunos, notas, enfim, pouco tempo nos sobrou para nos dedicarmos ao GEEMPA. Hoje tivemos nossa primeira reunião com a Coordenadora do projeto, aqui em Mesquita, e todas nós estávamos atrasadas nos preparativos por conta destas pendências. Ficou combinado na reunião que começaríamos pra valer no dia 17 de maio.

11 de maio de 2010 - Nossa! Estou muito apreensiva, pois ainda não tenho sala para começar. A sala prevista está sendo usada em um outro projeto, o "Mais Educação",  projeto do Governo Federal em que as crianças ficam na escola em período integral. Mas já marquei as aulas entrevistas com os alunos, cujos pais já me procuraram.

12 de maio de 2010 - Finalmente boas notícias! A sala foi liberada e hoje passamos o dia arrumando-a. Ela está ficando linda. Vou postar uma foto aqui assim que ela ficar pronta.

13 de maio de 2010 - Santo Deus! Está próximo o início do projeto e nem todos os pais me procuraram. Estou atrasada. Estou ficando nervosa! Hoje fiz minha primeira aula entrevista. Fiquei meio insegura, mas o manual me ajudou, afinal não podia passar minha insegurança para meu aluno. O que mais me anima é o entusiasmo das crianças com o projeto. Ainda não entendi bem o porquê, se é significativo para eles, ou se é a novidade,  sala pequena, ornamentada ou, modéstia à parte, uma professora que eles gostam muito! Mas eles praticamente arrastam os pais para conversarem comigo. Vão até a sala da coordenação me procurar para se certificarem de que vamos começar mesmo na segunda. Mal sabem eles que à medida que o "grande dia" se aproxima a professora fica ainda mais insegura e ao mesmo tempo, extremamente exitada. Será que vou dar conta?

14 de maio de 2010 - Hoje fiz 5 entrevistas. Não acredito que já é sexta-feira. A semana voou. Os probleminhas, é claro, apareceram. Crianças já alfabetizadas entraram na lista sem razão e outras ficaram de fora. A lista sofrerá algumas alterações. Começar segunda? Sei não!

18 de maio de 2010 - Eu sei, eu sei! Este diário está mais para semanário, né? Mas é falta de tempo mesmo. Me perdoem! Bem, vamos lá! Ontem continuei com as aulas entrevistas, pois ainda faltam alguns pais virem falar comigo e para completar, o material dos alunos ainda não chegou. Espero que até a próxima segunda tudo esteja acertado e possamos, finalmente, começar.
Hoje conversei com uma mãe. Fui até ela depois que o filho me avisou que ela estava indo embora. A criança está mais entusiasmada que a mãe! Segundo ela, ainda não havia me procurado, pois não gosta de acordar cedo e levar o menino às 9h para estudar será difícil. Conversei sobre a possibilidade dela deixar a roupinha dele pronta e pedir a uma vizinha, cujo filho esteja no projeto, para levá-lo à escola. Diante da minha insistência ela prometeu levar o menino amanhã. Vamos ver.
Depois eu tenho que ouvir discursos falando que a educação vai mal por causa dos professores!

19 de maio de 2010 - Gente! O menino não foi. A danada da mãe, não acordou! O que eu faço?
Hoje só apareceram 6 alunos. Quase infartei! Ainda bem que ainda não começou para valer. O que mais amei no dia de hoje foi um fato acontecido com minha aluna Caroline. Na aula entrevista o aluno deve ditar um texto. Pode ser uma historinha, um fato acontecido, qualquer coisa. Bem, Caroline foi minha aluna no ano passado e no fim do ano pedi que escrevessem uma cartinha para o Papai Noel. É comum pessoas passarem nas agências do correio para buscar cartinhas endereçadas ao Papai Noel e atender aos pedidos nelas escritos. Bem, pedi que Caroline escrevesse um fato marcante, quem sabe o dia mais feliz da vida dela, que eu iria escrever o texto. O importante nesta atividade é escrever o texto exatamente como ditado pelo aluno. Hoje, o texto de Caroline foi assim:
"Era uma vez uma professora chamada Valéria. Ela era minha professora mais querida de toda a minha vida. Ela era branca como a neve e seus cabelos eram amarelos. Ela era muito boazinha, mas brigava as vezes com a gente quando nós fazia coisa errada. Um dia a professora Valéria mandou a gente escrever uma cartinha para o Papai Noel. Aí eu escrevi e entreguei para ela levar para o moço do correio. Aí um dia de manhã meu irmão vai me chamar lá dentro da minha casa. Aí eu vi um carro no meu portão e o Papai Noel estava lá dentro com a minha boneca. Aí eu peguei minha boneca e dei um beijo no Papai Noel. Aí ele foi embora. Aí eu comecei a brincar com minha boneca. Este foi o dia mais feliz da minha vida."
Sabe, são estas coisas que fazem a vida de uma professora valer a pena. Eu nunca serei esquecida por Caroline. Eu contribui para o dia mais feliz na vida da minha pequena Carol!
Espero contribuir com uma educação de qualidade, para que ela tenha "muitos outros dias mais felizes em sua vida.".

21 de maio de 2010 - Hoje 12 alunos compareceram. Não será necessário descrever minha alegria, não é?Formei os grupos áulicos, embora ainda falte alguns alunos. Eu perdi um tempo tentando fazê-los entender a escolha de quem seria o coordenador do grupo. Todos queriam coordenar, independente do lugar que ocupavam na escadinha.
24 de maio de 2010 - Novamente a presença de 12 alunos, ou seja, só faltaram 3. Estou providenciando a troca destes 3 alunos, pois seus pais já deram claras demonstrações que não irão colaborar. Que pena!
Hoje, li para eles a história do "Elefantinho no Poço", que faz parte do livro de atividades do aluno, e que é a introdução das doze palavras que são o ponto de partida para a leitura. Aproveitei para explicá-los a importância de cada um deles, por menos que saiba, no sucesso do processo que estamos iniciando. A Carol, vocês já a conhecem, relembrou o lema dos Mosqueteiros, "Um por todos e todos por um", sendo logo acompanhada pelo grupo no grito de guerra. Depois de ilustrarem a história, pedi que a reescrevessem da forma que imaginavam, fosse a escrita. Não importava se estava correto, pois estavam ali para aprender, mas que o importante era eu saber o que cada um sabia fazer, para poder ajudá-los no que ainda não sabiam. Foi um dia maravilhoso!!!
25 de maio de 2010 - Hoje não trabalhei com as crianças, pois é dia de planejamento. Passei o tempo verificando o nível em que cada um se encontra, através da análise do texto reescrito, ontem, e elaborei meu plano de aula para os próximos dias.
26 de maio de 2010 - Um aluno faltou hoje, e aproveitei para reforçar a idéia de que nenhum pode ficar para trás. Em compensação um novo aluno chegou, o João Paulo. Aproveitei para recontar a história do "Elefantinho no Poço" para o mais novo integrante do grupo. Eles estão bastantes animados e mesmo quando estão liberados para descer e descansar até o horário da entrada do turno regular, preferem ficar na sala comigo. Tenho que, praticamente, expulsá-los.
28 de maio de 2010 - Hoje amanheceu chovendo e isto é problema na certa. Apenas 8 alunos compareceram e tive que alterar meus planos, mas ainda assim, foi um ótimo dia de trabalho. Estou me sentindo mais segura e animada. João Paulo, que além de problemas de visão, tem muitas dificuldades na aprendizagem, começou bem tímido, mas no decorrer do dia foi ficando mais seguro. Quando ganhou uma rodada do jogo "Todos Juntos somos Um", então, mal conseguia controlar sua felicidade.
Adorei esta última semana!!!!
Ah! Para aqueles que não conhecem o material utilizado na proposta do geempiada, não se preocupem, estou preparando um espaço neste blog para expor o material e as fotos do meu trabalho. É só ter um pouquinho de paciência. Bom final de semana!

07 de junho de 2010 - Hoje, comecei definitivamente com a cartilha. Eu já havia lido para eles a historinha do Elefantinho No Poço, e durante a semana passada o assunto foi a importância de um ajudar ao outro e que nenhum deles é tão fraco que não possa ajudar ao outro. Assim como o ratinho da nossa história. Meu maior desafio será, sem dúvida, fazê-los compreender que são uma equipe e que todos juntos são fortes. Afinal este é o lema desta primeira etapa do trabalho. Através dos jogos venho observado crescente interesse nas atividades. Embora como bons copistas que são, sintam falta do caderno e das palavras escritas, mesmo que estas não façam o menor sentido para eles. Engraçado isso! Pedi que cada um falasse sobre a historinha e depois que tentassem reescrevê-la do jeito que soubessem, ilustrando-a logo a seguir.

09 de junho de 2010 - Hoje recontamos a historinha para os alunos que faltaram. Depois apresentei as doze palavras que nortearão nosso trabalho, baseados na  historinha: elefantinho, cavalo, cabra, cachorro, porco, ovelha, rato, poço, vaca, corda,  tromba e livro. Fizemos, também um bingo cujas cartelas eram estas palavras. Neste curto espaço de tempo, através dos jogos todas as crianças do grupo memorizou todas as letras do alfabeto. Aquelas que já conheciam a maioria das letras, já começaram a formar silabas. Hoje, uma aluna chamada Camille comentou que o pai dela disse que bastou ela voltar a estudar com a professora Valéria que a menina já esta desenvolvendo a leitura. Outra emendou que a mãe disse a mesma coisa. Fiquei toda boba! Mas desta está que é a metologia do GEEMPA que está dinamizando o trabalho. Mas eu não vou admitir isto e perder o gostinho do elogio, não é? Pelo menos não agora...risos...


11 de junho de 2010 - Hoje Caroline trouxe a tal boneca que o Papai Noel deu. Fez questão que eu tirasse uma foto dela com a boneca. Ela disse e ressaltou que era verdade, que a Sofia já cresceu mais e esta até mais gordinha. Diante da minha gargalhada ela ficou zangada. Também quem sou eu para questionar "uma maezinha tão zelosa"! Trabalhamos números e jogamos "rouba montinho" com números. O interessante foi observar a tentativa de ler os números escritos por extenso. Incrível como na tentativa de ser o campeão da partida, o esforço deles em ler é muito maior.

Tá bom, confesso! Sempre fui uma negação para escrever diários. Desde menina foi assim. Começo muito bem e depois vou diminuindo o ritmo. O diário passa a semanário, depois a mensalário, anuário e ... é o fim!

Na verdade mal estou tendo tempo para postar no blog, imagine nas páginas secundárias!  Para tentar me redimir, vou postar abaixo o relatório que tive que apresentar em junho em nossa reunião geral. Ele é, na verdade, uma síntese da minha turma e consequentemente, uma síntese do meu diário. Vamos a ele:

Há duas semanas viajamos para o município de Araruama, para nossa primeira assessoria. Muita coisa mudou em minha turma desde este último relatório. Para este encontro levamos na bagagem, além das roupas, nossos relatórios, mapas, dados estatísticos, mapa de localização dos grupos áulicos, nossas ansiedades e algumas dúvidas. Voltamos só com a bagagem e muita, muita vontade de continuar. Confiantes no sucesso da nossa missão!
Relatório


O presente relatório é uma síntese das observações realizadas na Turma do GEEMPA da professora Valéria Attayde, da Escola Municipal Presidente Castelo Branco. A turma, inicialmente com 15 alunos, sofreu algumas alterações no início do projeto, por ocasião dos resultados obtidos nas aulas-entrevistas. Foi observado nas entrevistas que 3 alunos já estavam alfabetizados e por esta razão precisaram ser substituídos. Os demais alunos encontravam-se em níveis similares, não havendo discrepâncias nos conhecimentos já adquiridos. Com pequenas variações em alguns alunos que encontravam-se no período de transição da hipótese pré-silábica 2 para a hipótese silábica, como os alunos Brendon, Caroline, Flávio Gabriel e João Paulo, todo o restante da turma encontra-se na hipótese silábica.


A turma muito disciplinada está bem interessada e confiante. A maior dificuldade é quanto à organização dos grupos áulicos, pois cada criança quer ser o coordenador e não aceita aprender com ninguém, querendo esta apenas ensinar, com o firme propósito de ser o líder do grupo áulico. No entanto, querem se tornar líder no grito, sem ter ainda a noção de que precisa saber ensinar para alcançar seu objetivo. Fazê-los compreender esta dinâmica está sendo meu maior desafio como professor. São crianças muito competitivas, com dificuldades para trabalhar em grupo e que procura esconder suas limitações enaltecendo os erros dos colegas. Muitas costumam usar artifícios escusos para vencer nos diversos jogos aplicados nas atividades. A constatação destes “pequenos delitos”, mas que requer habilidade e um certo grau de conhecimento das estruturas linguísticas, comprova a grande capacidade e inteligência destes pequenos, o que, à medida que for trabalhado se converterá a favor de sua aprendizagem. São crianças que precisam ser relembradas todo o tempo da história do elefantinho, e de como o ratinho- que na maioria das vezes não é ela própria e sim o outro - mesmo sendo considerado fraquinho, foi fundamental para que o elefantinho fosse retirado do poço.


Os aspectos positivos a serem ressaltados além do entusiasmo já mencionado, é a freqüência, que embora não seja de 100% é bem elevada até mesmo em dias chuvosos. Outra grande vitória é o salto que foi observado em alguns alunos com grandes dificuldades de aprendizagem, tais como, João Paulo, Caroline e Brendon, que apresentam grande debilidade psicomotora e elevado déficit de atenção. Estes alunos, bem mais confiantes estão apresentando progressos consideráveis, tendo alcançado a hipótese silábica, neste curto espaço de tempo. Percebe-se também que as alunas Camille, Fernanda, Maiara, Bianca e Perla encontram-se em um período de transição da hipótese silábica para a alfabética. O restante da turma, embora apresente progressos consideráveis não avançaram de nível.



Valéria Attayde
29 de agosto - Hoje é domingo, mas como não tenho sido fiel a este diário, e tenho observações relevantes a fazer, resolvi adiantar alguma coisa hoje mesmo. Estou muito impressionada com os progressos da minha turminha. Caroline, Camille, Fernanda, Brendon e Adriane já estão lendo. Nesta semana eles leram um cartaz sobre o fumo que estava afixado na porta de uma sala ao lado da nossa. Foi emocionante!Enquanto procurava a chave da nossa sala em minha bolsa, a Camille começou a ler o cartaz, sendo logo acompanhada pelos demais. Fiquei quietinha só observando. Sabemos que a alfabetização está sendo bem sucedida quando o aluno começa a se interessar pela leitura por si só.
A emoção deles ao me contarem que leram em casa para o pai, ou a mãe, nos mostra o quanto é doloroso para eles não dominarem a leitura, e o quanto querem, precisam e se alegram quando percebem que são capazes.
A turma está muito motivada. Não faltam e realizam as tarefas com crescente autonomia. O Richardson desistiu de vez. Aliás, ele não. Sua mãe desistiu. Que pena!
O João ainda não lê, mas com minhas constantes intervenções, tem demonstrado avanços significativos. Como a turma está bem adiantada, posso me dedicar mais a ele, a Bianca, ao Sérgio - que entrou depois de todo mundo - e a Perla que falta muito, o que dificulta muito sua aprendizagem. Apesar de ter consciência de que a proposta pós-construtivista do Geempa, facilita muito a aprendizagem, não posso deixar de destacar o fato das turmas com números reduzidos possibilitar um atendimento personalizado aos alunos com dificuldades.
Esta semana dediquei um dia só ao João Paulo e pude ver o quão produtivo foi este dia para ele. Enquanto os colegas jogavam, ele estava comigo revisando alguns exercícios onde não havia se saído muito bem. O resultado foi imediato. Ele reviu seus erros e os consertou com pequenas intervenções da minha parte. O mais gratificante foi vê-lo tão feliz e confiante. As crianças quando recebem uma atenção especial, sentem-se valorizadas. Pena que isto não é possível em nossa turmas regulares, pois com o elevado número de alunos é impossível controlar a todos, todo o tempo. Em uma turma normal enquanto estivesse na mesa do João, alguns realmente estariam jogando, ou realizando uma outra atividade, mas em contrapartida haveria aqueles que estariam implicando, correndo pela sala, ou fazendo qualquer outra arte fora do contexto. Dificilmente eu teria o tempo, o silêncio e a organização que tenho em uma sala do Geempa, com 12 alunos em média, em uma turma com 30 ou 35 alunos. Se bem que o número de alunos na minha sala não é mérito do Geempa, pois segundo eles as turmas devem ter entre 12 e 25 alunos. As turmas com média de 15 alunos foi proposta pela nossa Secretaria de Educação.
Voltando a falar da assessoria do Geempa, descobri que estávamos fazendo algumas coisas erradas. Talvez isto tenha atrapalhado um pouco o andamento do processo. Por exemplo: não mandávamos exercícios para casa. Protegíamos o livro didático com "unhas e dentes". Pois é, desde o começo eles deveriam estar levando o livro para casa e alguns exercícios extras também. Também percebi que perdi um precioso tempo com atividades extras, tais como, receitas, copa do mundo, festa junina,e outras. Estas atividades até poderiam complementar o dia, mas não tomar o lugar das atividades do Geempa. Porém, se até com estes erros estou conseguindo alcançar minha meta, imagine se não os tivesse cometido!!
Já recebemos o novo livro: Dinomir - O Gigante - Que dá continuidade ao livro que estamos trabalhando. Agora estamos tendo que dar uma acelerada, depois de perdermos um tempinho com aividades extras. Mas é nossa primeira turma, estamos aprendendo e todos juntos somos fortes, vamos nos recuperar.
Outra coisa que aprendi na assessoria, é que sempre que formos dar um texto, qualquer que seja, temos que montar um glossário de palavras e trabalhar com elas depois. Por exemplo vou contar uma historinha: Chapeuzinho Vermelho. Tenho que montar um glossário de pelo menos 12 palavras: vermelho, lobo, caçador, cesta, vovó, floresta, etc. Depois preciso trabalhar com elas, seja através de bindo, ditado, caça-palavras, cruzadinhas, etc. O importante é que palavras do texto sejam memorizadas pelos alunos. Interessante! Eu não fazia isso. Agora não dou um texto, por menor que seja, que não monte o meu glossário.
Por hoje chega! Volto depois para mostrar o mapa de localização dos grupos áulicos da minha turma, bem como, o relatório do aluno que mais aprendeu e o que menos aprendeu. Eu prometo!


Lembram das fotos que prometi? Pois bem, estou tendo problemas para inseri-las aqui. Vou ver o que consigo fazer.
30 de Agosto - Olha eu aqui! Mas não acostumem. Vocês sabem que este diário não é tão diário assim! Pois bem, precisava contar uma maravilha que aconteceu hoje. Sabem a Bianca? Já está lendo também! Não é sensacional? Na sexta-feira decidi deixar que cada um escolhesse um livro de historinha da nossa biblioteca. Fiz uma ficha com o título do livro e a data e mandei que assinassem. Não preciso dizer o quanto se sentiram importantes por estarem assinando um documento pela primeira vez. Confesso que fiquei muito receosa, pois os livros são novinhos. Eles ficaram livres para escolherem. Apenas alertei para o fato de que livros muito extensos seriam mais difíceis. Também falei sobre o valor real e simbólico que tem um livro daquele e sobre o quanto deveriam zelar por ele, não permitindo que irmão menor o tocasse, além de muitas outras recomendações. O resultado foi que hoje, eufóricos, faziam questão de lerem o livro para mim. Me contaram que a mãe, o pai, a vovó e outros, até o irmão mais velho leu o livro. Foi o final de semana da "Leitura em Família". Eles adoraram e já querem trocar o livro. Ah! Quanto aos livros? Não houve um único incidente, nem mesmo uma simples "orelhinha" na página. Fantástico! Depois pedi que cada qual lesse sua história para mim. Aí veio a surpresa: Bianca toda exibida pediu que eu não falasse nada. Preparou-se, forçou os olhinhos e disparou... Nossa mais um! Falta muito pouco para eu chegar a 100% de alunos alfabetizados.

20 de setembro - Hoje, comecei o livro do Dinomir - O Gigante. Mas antes de falar sobre isso, farei um breve resumo das atividades até hoje.

O livro Todos Juntos Somos Fortes, passou a ir para casa com eles todos os dias. Comecei a seguir um roteiro diário:
1º-Introduçao: Jogo didático (Lince, Mico, Memória, etc.)
1º-Atividade do livro didático
2º-Atividade de escrita: Ditado, Caça-palavras, Letras em Pedaços (alfabeto Geempiano), Bingo, Palavras do Glossário, seja da historinha O Elefantinho no Poço, ou de alguma outra história trabalhada.
3º-Atividade de matemática: Jogo
4º-Atividade Cultural: Vídeo (geralmente um vídeo pequeno, retirado do youtube, que passo no notebook mesmo); Música; Poesia; Exposição de Fotos; Ou qualquer outro recurso, que mesmo de longe, lembre uma atividade cultural. Afinal, nem sempre é possível um passeio ou uma atividade mais expressiva, não é?
5º- Leitura - Uma história, ou um conto, onde 12 novas palavras são enviadas para casa para serem memorizadas.
Obs: para as atividades de leitura procuro por histórias que sigem a linha de palavras do livro que estamos estudando. Assim sendo, leio historinhas de animais, como por exemplo: O Gato Xadrez, O Gato do Mato e o Cachorro do Morro, Os Músicos de Bremen e outras similares. Sempre escolho 12 palavras da história, montando a cada final de aula um novo glossário com estas palavras. Como adoro trabalhar com origami, escolho sempre um dos bichinhos da historinha para fazerem a dobradura e levarem como lembrança da nossa aula.
Minha sala de aula tem estado lotada. A razão não está só na criatividade das aulas. Eu os comprei com umas benditas figurinhas que estão super na moda por aqui. Cada saquinho custa 30 centavos e vem com 4 cards. Eu dou um card para cada aluno que estiver presente. O negócio surtiu um efeito enorme. Ninguém falta mais.
Terminei o Livro O Elefantinho no Poço, na semana retrasada. Fiz um breve resumo de tudo o que estudamos na última semana e na sexta-feira, dia 17 de setembro, fizemos uma cerimônia para a entrega dos novos livros. Hoje, finalmente comecei o novo livro Dinomir - O Gigante.
Apenas João Paulo e Serginho ainda não conseguem ler. Todos os outros estão lendo, precisando apenas ampliar seus conhecimentos.

Bem, agora vou ter que dar uma parada, mas volto logo. Prometo! Boa Noite!

Ah! Conforme prometido (há muito tempo!) segue o relatório do aluno que mais aprendeu e o que menos aprendeu:
MEC/GEEMPA

Grupo de Estudos sobre Educação, Metodologia de Pesquisa e Ação

Escola Municipal Presidente Castelo Branco/ Mesquita – RJ

Professora: Valéria C M Attayde

 
O Aluno Que Aprendeu Mais e o Que Aprendeu Menos

 
É fato que dentre todas as atividades que precisava apresentar na assessoria do Geempa, esta foi de longe a mais difícil. Depois de pensar, analisar todos os fatos e rever algumas atividades, ainda assim fiquei muito incomodada em ter que escolher o aluno que mais aprendeu. Ainda mais assustada fiquei ao constatar que um aluno que tenha aprendido muito, pode não ser, necessariamente, aquele que avançou mais. Afinal, o referido mais diz respeito ao avanço que apresentou com relação ao que sabia, ou à quantidade de conhecimentos adquiridos e sua respectiva passagem de nível? Na dúvida, decidi escolher dois alunos de acordo com o possível “mais” sugerido. Afinal, todos os alunos apresentaram grandes e significativos progressos.


Em relação ao aluno que mais avançou em direção à leitura e escrita, objetivo principal do programa, o destaque ficou para o aluno Brendon Alcântara da Silva que, encontrando-se à época da aula-entrevista no nível silábico, já iniciou a fonetização de cada sílaba, percebendo que esta é constituída de mais de uma letra o que caracterizada um sistema alfabético de escrita.. Brendon avançou de tal forma que já escreve de maneira que se possa ler, entendendo ele mesmo sua escrita e fazendo inclusive por sua conta as correções ortográficas que acredita serem necessárias. Sua professora já comentou comigo sobre sua participação em suas aulas e de como em tão pouco apresentou-se mais interessado e confiante para realizar suas tarefas, melhorando inclusive, seu comportamento em sala de aula.


Já em se tratando do aluno que apresentou o maior quantitativo de aprendizagens, o destaque vai para Caroline dos Santos Oliveira, que utilizava letras de forma linear, geralmente as letras do seu próprio nome, e não sabia recitar o alfabeto, ou associar mais quer 6 letras a seus respectivos sons. Hoje, Caroline recita todo o alfabeto associando-o a todas as letras escritas. Seus conhecimentos envolvem a leitura e escrita, ainda que não ortograficamente, de todas as doze palavras trabalhadas no caderno de atividades “Todos Juntos Somos Fortes”. Ainda mais significativo é o fato de que já consegue ler e escrever alfabeticamente várias outras palavras, faltando apenas avançar para uma escrita mais elaborada, encontrando-se, portanto, em uma fase de transição entre o nível silábico e o nível alfabético.


Quanto ao aluno que menos aprendeu, o destaque vai para o aluno Richardson da Silva Clemente, que é extremamente faltoso. Já conversamos com seu responsável, ressaltando a importância da assiduidade do aluno, explicando a proposta do Geempa e o princípio que norteia o programa, que é o “de todos juntos serem mais fortes”, mas ainda não vimos progressos significativos neste sentido. O problema não está no aluno que mostra interesse nas aulas e participa ativamente das atividades nas raras presenças confirmadas durante este período. Segundo a própria mãe, sua maior dificuldade é acordar cedo para levar o menino à escola. Ainda estamos procurando uma solução satisfatória para o problema e espero, sinceramente, encontrá-la em tempo de ajudar ao aluno.



Valéria Attayde
Finalmente as Fotos!

Curso - Aprendendo na prática


Aula Inaugural - Dra. Esther Pillar Grossi
Minha Turminha




Assessoria GEEMPA - Araruama/RJ

Turma de Mesquita/RJ - Fazendo Bonito na 1º Assessoria




Mais um pouco do meu trabalho!











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