Acreditar que o Sudário de Turim é santo e foi a mortalha de Jesus cristo é tão bizarro quanto acreditar que foi uma obra do genial Leonardo da Vinci.
As pessoas têm tendência a debater teorias que consideram ridículas, com outras igualmente ridículas, sem perceberem que estão sendo tão crédulas e iludidas quanto aqueles que tanto criticam. Dizer que a Igreja Católica forjou um manto para ludibriar seus seguidores, é no mínimo, falta de conhecimento dos fatos. Arcebispos da igreja na ocasião do aparecimento do misterioso tecido chegaram a escrever ao Papa falando acerca da possível falsificação, considerando-a uma maneira ardilosa de roubar dinheiro dos peregrinos. Na idade média chegou a ser proibido a sua exposição pública. Até hoje a Igreja não defende a autenticidade do tecido. Tanto que vez ou outra permite que ele seja estudado por pesquisadores e cientistas. Agora, proibir a exposição do lençol, ou proibir os devotos de acreditar, isso realmente ela não faz. Deveria fazer?
Eu não sei se realmente ele cobriu o corpo de Jesus Cristo - vamos convir que nunca saberemos realmente qual corpo foi coberto naquele lençol - mas acho a tentativa de ridicularizar a fé daqueles que preferem acreditar que ali estava Jesus, é grotesca.
A própria Bíblia falava sobre um lençol de linho onde havia sido envolto o corpo de Jesus. Depois, ainda na Bíblia, encontramos relatos de que este lençol foi devidamente dobrado e se encontrava ao lado do túmulo. Nada mais foi dito sobre ele no “Livro Sagrado”. Mas não é difícil imaginar que aqueles que seguiam fielmente a Jesus jamais deixariam uma mortalha, contendo o “sangue derramado pela humanidade pelo filho de Deus”, jogada por lá. É claro que uma daquelas beatas devem tê-la guardada a sete chaves!
No ano de 544 e 944 volta-se a se falar no tal lençol. Os mais céticos talvez acreditem que estes manuscritos tenham sido forjados pela igreja, muito embora a menção feita a ele em 544 tenha sido de fontes não-evangélicas. Mas tudo bem, vamos pular para o tal ano em que ele passou a ser devidamente documentado, o ano em que reapareceu 1357. Na ocasião, não foi oferecida nenhuma explicação para a súbita aparição, nem a sua veneração como relíquia foi imediatamente aceita. Em 1532 o tecido foi danificado por um incêndio e pela água para apagar o fogo, sendo remendado, numa tentativa de reconstituição, anos depois. É evidente que tendo os estudos científicos sido realizados séculos mais tarde (1977 e 1988), sua eficácia pode ter sido severamente comprometida. Afinal, existia tecidos e tintas da Idade Média misturadas ao tecido original. César Barta, físico do Centro Espanhol Sindologia, afirma "o tecido que constitui o Sudário de Turim é um exemplar único, não tendo sido encontrados tecidos similares nem da época de Cristo nem da Idade Média". Aí já complica! Seria milagre? Como eu não estou aqui para defender que ele é datado da idade de Cristo, muito menos que se trata do corpo de Cristo ali desenhado, vou esperar estudos conclusivos para saber sua autenticidade. Entre estar do lado dos céticos ou do lado dos crédulos, prefiro ficar em cima do muro, de onde tenho uma visão provilegiada dos acontecimentos. De uma coisa estou convicta (ou quase), Leonardo da Vinci não tem nada a ver com isso. A menos que o gênio tenha sido tão gênio a ponto de pintar o tecido no plano superior, por só ter vindo ao mundo em 15 de abril de 1452, 95 anos após o reaparecimento do tecido, Leonardo da Vinci não pode ter sido o autor da obra “O Sudário de Turim” e ponto final.
Não me importo de suspender o ponto na posteridade, caso seja necessário. Mas por favor, me apresentem argumentos convincentes!
As vezes sinto que os não-cristãos, ou mesmo os agnósticos, sentem mais necessidade de provar suas teorias que o cristãos e religiosos de provar sua fé. Resta saber se tamanho empenho vem da necessidade de provar que estão certos, ou do medo que têm de estarem errados. Querem provar para os que crêem, ou para si mesmos? Será que é o medo, quem sabe, de padecerem no inferno caso estejam errados? … risos… Só tem uma coisa que já está mais que comprovado: Contra a Fé, não há argumentos!
E eu que queria tanto ser uma mulher de fé!…
1 comentários:
É realmente muito boa a sua análise da questão sobre o Santo Sudário, seja ele autêntico ou não. Também não entendo esse afã que os ateus/céticos têm de tentarem tanto provar que Deus não existe. Quanto a Leonardo da Vinci ter sido o autor da suposta fraude, é mesmo ridículo. Parabéns!!!
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