domingo, 11 de abril de 2010
Novo Código de ética Médica
A partir do dia 13 de abril de 2010, próxima terça-feira, entrará em vigor o novo Código de Ética Médica. Aqueles que me acompanham desde o início sabem que este blog surgiu no período em que eu esperava alta de uma licença médica, e que eu estava meio revoltada com a forma que vinha sendo tratada por um determinado perito. Mas acho que perito não conta, pois me parece estar ali para dizer que todos os amigos de profissão dele, que nos avaliam, são mentirosos, malcomunados conosco para nos dar uns dias de folga no trabalho. Este perito a que me referia, no fim da minha saga, até me pediu desculpas, mas isso porque levei de presente para ele um Código de ética, que dizia respeito à perícia médica. Hoje eu até o compreendo, embora espere nunca mais ter o desprazer de reencontrá-lo.
Terrível mesmo é entrar em um hospital, no momento mais vulnerável de nossas vidas, e encontrar um médico que disputa com o caixa do Banco do Brasil em polidez. Sinceramente, todas as outras profissões eu perdoo, mas ao médico não consigo perdoar. O mais engraçado é que o tempo todo ouvimos falar de Policiais Militares que cometem erros fatais. Mesmo sabendo que eles estão ali para proteger, pôr ordem, matar para atingir seu objetivo se necessário, o que faz com a que a truculência seja parte do seu dia-a-dia, exigimos que sejam responsabilizados cada vez que erram. Já o médico, que não deveria agir com truculência nunca, já que está ali exclusivamente para salvar vidas, deveria ser responsabilizado com, no mínimo, igual rigor. Não importa se os hospitais estão lotados, se faltam medicamentos, se trabalham em vários consultórios. Isso não é culpa do paciente, e nem desculpa para serem arrogantes, mal educados e mecânicos no atendimento! Ainda é pior o fato de que isto não é privilégio de hospitais públicos, acontece nos melhores hospitais do Brasil. Diz respeito à ética profissional, independente do local onde trabalham.
Certa vez quase perdi a calma com uma medica de uma clínica particular - graças a Deus eu tenho plano de saúde! - que após me deixar 2 horas esperando, apreensiva com a febre da minha filhota, sequer chegou perto dela. Perguntou-me os sintomas da menina, sem levantar a cabeça do receituário, e após ouvir passou a transcrever a medicação. Alegou tratar-se de uma virose (tudo é virose) e fim de papo, ou melhor, de consulta. Pedi, então, que ela me desse um laudo, que deixasse claro que estava descartando meningite, dengue, qualquer outra coisa mais grave, pois assim teria como responsabilizá-la caso estivesse errada. Foi a primeira vez que a “dita cuja” olhou em minha direção. Largou o receituário, levantou-se da cadeira, pediu que eu deitasse minha filha na cama, e passou a consultá-la como deveria. Findo a consulta, passou uns exames e finalmente assinou a papelada. Acho que era só uma virose mesmo! Mas vai que não fosse. Eu não vou “pagar para ver”.
O Drº Roberto d’Ávila, cardiologista com mais de 20 anos de profissão, atual Presidente do Conselho Federal de Medicina, sabe do que estou falando. Foi internado em um Centro Cirúrgico e reprovou a forma que foi tratado. “Acredito que para ser um melhor médico, todos os profissionais deveriam sentir na pele o que é ser paciente”, diz o Drº Roberto. Eu me atrevo a acrescentar que, de preferência, deveriam ser paciente de um hospital público para a lição ser mais produtiva e o aprendizado mais efetivo.
O novo Código de Ética assinala para o fim de um longo tempo (há 22 anos o Código não era revisto) onde só os médicos podiam se pronunciar decidindo, da forma que bem queriam, nossas vidas. Será que a prepotência dos médicos estão com os dias contados?
Bem, pelo menos os bons profissionais, não precisam sequer ler o Novo Código de Ética. Trazem seu próprio Código redigido no coração no minuto em que fizeram o Juramento de Hipócrates. Estes praticam sua profissão com consciência e dignidade, e para nossa sorte, eles são a maioria!
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