Eu esqueci do meu Blog. Agora vou ver se escrevo com mais frequência. Só tenho que aprender a mexer nesse computador. Vejo cada Blog por aí, que o meu me mata de vergonha. Mas eu vou chegar lá. Ah se vou!! Não tenho grandes pretensões, não. Só quero conversar, falar de política, religião, educação, não nessariamente nessa ordem. Dividir o que penso, o que leio, o que anseio e meu "causos" com aqueles que queiram me ouvir; ou, como é o caso, me ler. Vamos começar com essa historinha que se é verdade, ou não, desconheço, mas que faz todo o sentido, ninguém poderá negar! Nem mesmo quem odeie cães:
"...Viajando com meu cão, escrevi antecipadamente ao hotel pretendido no Novo México, para saber se podiam acomodar um hóspede de quatro patas. Eis a resposta:"Trabalhamos na indústria hoteleira há mais de trinta anos. Até agora nunca precisamos chamar a polícia para expulsar um cão que promovesse distúrbios até altas horas da noite. Até hoje nunca vimos um cão por fogo na roupa de cama por adormecer com o cigarro na mão. Nunca encontramos uma toalha ou um cobertor do hotel na mala de um cão, nem manchas deixadas nos móveis pelo fundo da garrafa de um cão. Está claro que aceitamos o seu cão.PS: Se ele se responsabilizar pelo senhor, "venha também".
Adorei!! Bem, amanhã eu volto. Beijos....
sábado, 20 de dezembro de 2008
sábado, 31 de maio de 2008
Histórias da Sabedoria Sufi (Paulo Coelho)
Não importa fingir-se de tolo
O mullah Nasrudin (personagem central de quase todas as histórias da tradição sufi) já se
havia transformado numa espécie de atração da feira principal da cidade. Quando se dirigia
até ali para pedir esmolas, as pessoas costumavam lhe mostrar uma moeda grande, e uma
pequena: Nasrudin sempre escolhia a pequena.
Um senhor generoso, cansado de ver as pessoas rirem de Nasrudin, explicou-lhe:
"Sempre que lhe oferecerem duas moedas, escolha a maior. Assim terá mais dinheiro, e não
será considerado idiota pelos outros."
"O senhor deve ter razão", respondeu Nasrudin. "Mas se eu sempre escolher a moeda maior,
as pessoas vão deixar de me oferecer dinheiro, para provar que sou mais idiota que elas. E,
desta maneira, não poderei mais ganhar meu sustento. Não há nada de errado em se passar
por tolo, se na verdade o que você está fazendo é inteligente".
O RATO, A DONINHA E O GATO
Certa manhã, um ratinho não podia deixar sua toca, porque uma doninha faminta
esperava do lado de fora. Ele sabia que estava correndo um perigo enorme, e tremia
de medo. Mas, de repente, um gato surgiu do nada e pulou sobre a doninha,
segurando-a com os dentes. Em instantes, ela estava morta, sendo devorada em
seguida pelo felino.
"Céus, muito obrigado", disse o rato, que viu toda a cena pela abertura da toca. "Em
gratidão, vou sair e oferecer um pouco de minha comida para você." E assim foi
feito. Mas, aliviado por ter escapado de um perigo, o tolo se esqueceu de outro. O
gato, por ser um gato, acabou devorando-o também.
A Borboleta e a Chama
Uma borboleta multicor estava voando na escuridão da noite quando viu, ao longe, uma luz.
Imediatamente voou naquela direção e ao se aproximar da chama pôs-se a rodeá-la, olhando-a
maravilhada.
Como era bonita!
Não satisfeita em admirá-la, a borboleta resolveu fazer o mesmo que fazia com as flores perfumadas.
Afastou-se e em seguida voou em direção à chama e passou rente a ela.
Viu-se subitamente caída, estonteada pela luz e muito surpresa por verificar que as pontas de suas
asas estavam chamuscadas.
"Que aconteceu comigo?" - Pensou ela.
Mas não conseguiu entender. Era impossível crer que uma coisa tão bonita quanto a chama pudesse
causar-lhe mal. E assim, depois de juntar um pouco de forças, sacudiu as asas e levantou vôo
novamente.
Rodou em círculos e mais uma vez dirigiu-se para a chama, pretendendo pousar sobre ela. E
imediatamente caiu, queimada, no óleo que alimentava a brilhante e pequenina chama.
- Maldita luz! - murmurou a borboleta agonizante - Pensei que ia encontrar em você a felicidade e em
vez disso encontrei a morte. Arrependo-me desse tolo desejo, pois compreendi, tarde demais, para
minha infelicidade, o quanto você é perigosa.
- Pobre borboleta! - respondeu a chama - Eu não sou o sol, como você tolamente pensou. Sou apenas
uma luz. E aqueles que não conseguem aproximar-se de mim com cautela, são queimados.
Esta fábula é dedicada àqueles que, como a borboleta, são atraídos pelos prazeres mundanos,
ignorando a verdade. Então, quando percebem o que perderam, já é tarde demais.
Os Tordos e a Coruja
- Estamos livres! Estamos livres! gritaram os tordos certo dia, vendo que um homem
apanhara a coruja.
- Agora a coruja não vai mais nos assustar. Agora dormiremos em paz.
De fato, a coruja caíra numa armadilha e o homem a colocara dentro de uma gaiola.
- Vamos ver a coruja na prisão! disseram os tordos, voando e cantando em volta da
gaiola de sua inimiga.
Porém o homem capturara a coruja com outra finalidade - a de apanhar os tordos. A
coruja aliou-se imediatamente a seu captor, que prendeu-a pelo pé e colocava-a
diariamente em cima de uma estaca, bem à vista. A fim de poderem ver a coruja, os
tordos voaram para as árvores próximas, nas quais o homem escondera gravetos
cobertos de visgo. E assim como a coruja, os tordos também perderam a liberdade.
Esta fábula é dirigida a todos os que se alegram quando um opressor perde a
liberdade. Pois o conquistado logo se torna aliado ou instrumento do conquistador,
enquanto que todos aqueles que nele confiam sucumbem a outro senhor, perdem a
liberdade, e freqüentemente também suas vidas.
Figueira
Era uma vez uma figueira que não dava figos. Toda a gente que passava perto nunca
olhava para ela.
Na Primavera nasciam-lhe folhas, mas, no Verão, quando as outras árvores se
carregavam de frutos, nos ramos de figueira não aparecia nenhum figo.
- Gostava tanto que os homens me elogiassem – suspirava a figueira –Bastava que
eu desse frutos como as outras árvores
Então, num certo Verão, também ela apareceu carregada de frutos. O Sol fê-los
crescer. Amadureceu-os e deu-lhes um doce sabor.
Os homens repararam nela. Nunca tinham visto uma figueira com tantos figos.
Apostaram entre si quem seria capaz de colher mais frutos.
Amarinharam pelo tronco e com paus dobraram os ramos mais altos dos quais
muitos se partiram com o peso, todos queriam provar aqueles figos deliciosos e, por
isso, pouco tempo depois, a pobre figueira estava destruída com todos os ramos
partidos."
Língua mordida pelos dentes
Era uma vez um rapaz que tinha o vício de falar mais do que devia.
- Que língua! – Suspiravam, um dia, os dentes. - Nunca está quieta! Nunca se cala!
- Que estão vocês a murmurar? – Replicou a língua com arrogância. –Vós, os dentes,
não sois mais do que servos unicamente encarregados de mastigar os alimentos que
eu escolho. Entre nós não há nada em comum e não vos permito que se metam nos
meus assuntos.
Deste modo, o rapaz continuava a dizer coisas que não vinham a propósito, enquanto
a língua, feliz, conhecia todos os dias novas palavras.
Um dia, o rapaz depois de ter feito uma tolice autorizou que a língua dissesse uma
grande mentira. Mas os dentes, obedecendo ao coração, morderam-na.
A língua ficou corada de sangue e o rapaz, arrependido, corou de vergonha.
Desde aquele dia a língua tornou-se cautelosa e prudente e antes de falar pensava
duas vezes.
A ÁGUIA E A RAPOSA
Tinha a Águia filhos e para os cevar levou nas unhas dois raposinhos. A mãe, que o soube, lhe foi rogar que desse
seus filhos. Mas a Águia lá do alto zombou dos rogos e disse que não deixaria de lhos comer. A raposa magoada
começou logo a cercar a árvore, onde a Águia tinha seu ninho de muitas palhas, paus secos e galhos de tal maneira,
que pondo-lhe o fogo, fez uma fogueira muito grande. Viu-se a Águia atribulada do fumo, e labareda, e do receio que
ardesse a árvore toda, lançou-lhe os filhos sem lhe tocar, e quase ficou chamuscada pela fúria da Raposa.
A ÁGUIA , O CORVO E O PASTOR
Lançando-se do ar, uma águia arrebatou um cordeirinho.
O corvo, vendo aquilo, tratou de imitá-la, e se jogou sobre um carneiro mas, de forma tão desengonçada que acabou
por se enredar na lã e, debatendo-se em vão com suas asas, não conseguiu se soltar. O pastor, vendo aquilo, recolheu
o corvo e, cortando as pontas de suas asas, o levou a seus filhos.
Perguntaram seus filhos sobre que ave era aquela, e eles lhes disse:
- Para mim, apenas um corvo, mas ele acha que é uma águia.
Moral da Estória:
Põe teu esforço e dedicação no que realmente estás preparado, não no que não te corresponde.
A ANDORINHA E AS OUTRAS AVES
Semeavam os homens linho, e vendo-os a Andorinha disse aos outros pássaros:
- Por nosso mal fazem os homens esta seara, que desta semente nascerá linho, e farão dele redes e laços para nos
prenderem. Melhor será destruirmos a linhaça, e a erva, que dela nascer, para que estejamos seguras.
Riram as Aves deste conselho e não quiseram tomá-lo. O que vendo a Andorinha, fez pazes com os homens e se foi
viver em suas casas. Eles fizeram redes, e instrumentos de caça, com que tomaram e prenderam todos os pássaros,
tirando só a Andorinha, que ficou privilegiada.
BUGIA E A RAPOSA
Rogava a Bugia à Raposa que cortasse a metade do seu rabo e lho desse, dizendo:
- Bem vês que o teu rabo arroja, e varre a terra, e é defeito por demasiado; o que dele sobeja me podes prestar a
mim, e cobrir-me estas partes, que vergonhosamente trago descobertas.
- Antes quero que arroje - disse a Raposa - e varra o chão, e me seja pesado, que aproveitares-te tu dele. Por isso
não lho darei nem quero que coisa minha te preste. E assim ficou sem ele a Bugia.
A CABRA E O ASNO
Uma cabra e um asno comiam ao mesmo tempo no estábulo. A cabra começou a invejar o asno porque acreditava
que ele estava melhor alimentado, e lhe disse:
- Tua vida é um tormento inacabável. Finge um ataque e deixa-te cair num fosso para que te dêem umas férias.
Aceitou o asno o conselho, e deixando-se cair, machucou todo o corpo.
Vendo-o o amo, chamou o veterinário e lhe pediu um remédio para o pobre. Prescreveu o curandeiro que
necessitava uma infusão com o pulmão de uma cabra, pois era muito eficiente para devolver o vigor. Para isso
então degolaram a cabra e assim curaram o asno.
Moral da Estória:
Em todo plano de maldade, a vítima principal sempre é seu próprio criador.
A CABRA E O CABREIRO
Chamava um cabreiro a suas cabras para levá-las ao estábulo.
Uma delas, ao passar por um rico pasto se deteve, e o cabreiro lhe jogou uma pedra, porém com tão má sorte que lhe
quebrou um chifre. Então o cabreiro lhe suplicou que não contasse ao patrão, ao que a cabra respondeu:
- Quisera eu ficar calada, mas não poderia! Bem claro está à vista meu chifre quebrado.
Moral da Estória:
Nunca negues o que bem se vê.
A CEGONHA E A RAPOSA
Sendo amigas a Cegonha com a Raposa, a Raposa a convidou um dia a jantar. Chegado o tempo, preparou a Raposa
ardilosa uma comida líquida, manjar como papas e a estendeu por uma lousa, e importunava a Cegonha a que
comesse. Mas como ela picava na lousa, quebrava o bico, e nada tomava nele, com que se foi faminta para o ninho.
Mas por se vingar, convidou a Raposa outra vez e lançou o manjar em uma almotolia, donde comia com o bico, e
pescoço comprido. E a Raposa não podendo meter o focinho, se tornou para sua casa, corrida e morta de fome.
A FORMIGA E A CIGARRA
No Inverno tirava a Formiga da sua cova e assoalhar o trigo, que nela tinha, e a Cigarra com as mãos postas lhe pedia
que repartisse com ela, que morria à fome. Perguntou-lhe a Formiga:
- Que fizera no Estio, porque não guardara para se manter?
Respondeu a Cigarra:
- O Verão e Estio, gastei a cantar e passatempos pelos campos. A Formiga então, perseverando em recolher seu trigo,
lhe disse:
- Amiga, pois os seis meses de Verão gastaste em cantar, bailar é comida saborosa e de gosto.
A FORMIGA E A MOSCA
Entre a Mosca e a Formiga, houve grande altercação sobre pontos de honra. Dizia a Mosca:
- Eu sou nobre, vivo livre, ando por onde quero, como viandas preciosas, e assento-me à mesa com o rei, e dou
beijos nas mais formosas damas. Tu mal-aventurada, sempre andas trabalhando.
Respondeu a Formiga:
- Tu és doIda ociosa. Se pousas uma vez em prato de bom manjar, mil vezes comes sujidades e imundícias,
aborrecida de todos; se te pões no rosto das damas ou à mesa com o rei, não é por sua vontade, senão porque tu és
enfadonha e importuna.
A GATA E AFRODITE
Uma gata que se apaixonara por um fino rapaz pediu a Afrodite para transformá-la em mulher. Comovida por tal paixão, a deusa transformou o animal numa bela jovem. O rapaz a viu, apaixonou-se por ela e a desposou. Para ver se a gata havia se transformado completamente em mulher, Afrodite colocou um camundongo no quarto nupcial.
Esquecendo onde estava, a bela criatura foi logo saltando do leito e pôs-se a correr atrás do ratinho para comê-lo. Indignada, a deusa fê-la voltar ao que era.
Moral da Estória:
O perverso pode mudar de aparência, mas não de hábitos.
A GRALHA VAIDOSA
Júpiter deu a notícia de que pretendia escolher um rei para os pássaros e marcou uma data para que todos eles comparecessem diante de seu trono.
O mais bonito seria declarado rei. Querendo arrumar-se o melhor possível, os pássaros foram tomar banho e alisar as penas às margens de um arroio.
A gralha também estava lá no meio dos outros, só que tinha certeza de que nunca ia ser escolhida, porque suas penas eram muito feias. "Vamos ter que dar um jeito" - pensou ela.
Depois que os outros pássaros foram embora, muitas penas ficaram caídas pelo chão; a gralha recolheu as mais bonitas e prendeu em volta do corpo. O resultado foi deslumbrante: nenhum pássaro era mais vistoso que ela. Quando o dia marcado chegou, os pássaros se reuniram diante do trono de Júpiter; Júpiter examinou todo mundo e escolheu a gralha para rei. Já ia fazer a declaração oficial quando todos os outros pássaros avançaram para o futuro rei e arrancaram suas penas falsas uma a uma, mostrando a gralha exatamente como ela era.
Moral da Estória:
Belas penas não fazem belos pássaros.
A LEBRE E O CÃO DE CAÇA
Um cão de caça espantou uma lebre para fora de sua toca, mas depois de longa perseguição, ele parou a caçada.
Um pastor de cabras vendo-o parar, ridicularizou-o dizendo:- Aquele pequeno animal é melhor corredor que você.
O cão de caça, respondeu:
- Você não vê a diferença entre nós: eu estava correndo apenas por um jantar, mas ele, por sua vida.
O BODE E A RAPOSA
Certo dia uma raposa caiu num poço e, depois, não conseguia sair de lá. O poço não era muito fundo, mas as paredes lisas
estavam cobertas de limos, de forma que, cada vez que a raposa trepava algumas polegadas, escorregava outra vez para,
dentro da água, com grande estardalhaço.
Passado algum tempo chegou um bode e espreitou da borda do poço, cheio de curiosidade.
- Que estás a fazer aí embaixo, raposa ? - perguntou ele.
A raposa viu a sua única oportunidade de escapar dali.
- Estás sozinho? - perguntou ela, com ar de mistério - não quero que venham todos ao mesmo tempo. Mas a água deste
poço é tão boa que não me canso de a beber. Anda cá para dentro e experimenta. Vais ver que é a coisa melhor que
provaste em toda a tua vida.
Sem pensar duas vezes, o bode saltou para dentro do poço e começou a beber avidamente. Passado um bocado achou que,
tinha bebido bastante e olhou em volta para ver como iria sair do poço.
- Não há problema, camarada - disse a raposa - pões-te de pé nas patas traseiras e eu trepo para as tuas costas. Se eu
conseguir equilibrar-me nos teus chifres, salto do poço para fora. Depois debruço-me e puxo por ti.
Então o bode pôs-se de pé nas patas traseiras e a raposa trepou rapidamente para fora do poço. E, enquanto corria através
do campo, gritou para o bode:
- Se tivesses tanto raciocínio na tua cabeça como pêlos tens nas barbas, amigo, procuravas ver se podias sair do poço
antes de lá entrares.
Moral das Estória: Antes de te meteres em aventuras, vê se podes sair delas.
A VÍBORA E A LIMA
A uma loja de um ferreiro entrou uma víbora, pedindo caridade às ferramentas. Depois de receber algo de todas, faltando
só a lima, aproximou-se e lhe suplicou que lhe desse alguma coisa.
- Bem enganada estás - disse a lima - se crês que te darei algo. Eu que tenho o costume, não de dar, mas sim de tomar
algo de todos!
Moral da Estória:
Nunca deves esperar obter algo de quem só tem vivido de tirar dos demais.
AS ÁRVORES E O MACHADO
Um homem foi à floresta e pediu as árvores que estas lhe doassem um cabo para o seu machado. O conselho das árvores
concordou com o seu pedido, e deu à ele uma jovem árvore para este fim.
Logo que o homem colocou o novo cabo no machado, começou a usá-lo e em pouco tempo havia derrubado com seus
potentes golpes as mais nobres e maiores árvores da floresta.
Um velho carvalho, lamentando quando a destruição dos seus companheiros já estava bem adiantada, disse a um cedro
seu vizinho:
- O primeiro passo foi a perdição de todas nós. Se tivéssemos respeitado os direitos daquela jovem árvore, poderíamos
ainda ter preservado nossos próprios privilégios, e ficarmos de pé por muitos anos.
O CAMINHANTE E A ESPADA
Achou um Caminhante uma Espada bem guarnecida em meio da estrada, e perguntou-lhe, quem a perdera, e deixara ali.
Calou-se ela e esteve queda. Depois, sendo outra vez perguntada, respondeu:
- Ninguém me perdeu a mim, ainda que me vês lançada neste chão, antes eu fiz perder a muita gente; que dando ocasiões
a brigas, matei alguns homens de que resultou ficarem perdidos os matadores, e os mortos mais perdidos se não estavam
em graça; porque caminharam para o Inferno.
O GATO E OS CAMUNDONGOS
Um gato que, enfraquecido pela idade e, por isto, já sem condições de caçar camundongos, pensou num modo de atraí-los
ao alcance de suas patas. Para tanto, pendurou-se pelas pernas traseiras em uma pequena estaca, achando que os
camundongos o tomariam por uma sacola ou, no mínimo, por um gato morto, dele arriscando aproximar-se. O primeiro
camundongo que apareceu para dar uma olhada foi suficientemente prudente para se manter à distância.
- Vi muitas sacolas na minha vida - sussurrou ele a um amigo - mas nenhuma com cabeça de gato!
O outro camundongo, por sua parte, disse ao gato:
- Fique pendurado aí o tempo que quiser, mas eu é que não vou chegar perto. Você não é esperto o bastante para nós.
Moral da Estória:
Os homens prudentes não se deixam enganar por velhos truques.
OS MEMBROS DO CORPO
As mãos e os pés se queixavam dos outros membros, dizendo - que eles toda a vida trabalhavam e traziam o corpo às
costas, e tudo redundava em proveito do estômago que comia sem trabalho; portanto que se determinasse a buscar sua
vida, que eles não haviam de dar-lhe de comer. Por muito que o estômago lhes rogou, não quiseram tomar outra
determinação, e assim começaram a negar-lhe a comida: e ele enfraqueceu. Mas como juntamente enfraquecessem os pés
e mãos, tornaram depressa a querer alimentá-lo; mas como já a fraqueza fosse muita, nada lhes valeu, e morreram todos
juntamente.
OS GALOS E A PERDIZ
Um homem que tinha em sua casa dois galos, comprou uma perdiz doméstica, e a levou para junto dos galos, para
alimentá-la. Esses a atacavam e perseguiam, e a perdiz, pensando que a maltratavam por ser de espécie diferente, se sentia
humilhada. Porém, dias mais tarde viu que os galos lutavam entre si e que cada vez que se separavam, estavam cobertos
de sangue. Então disse a si mesma:
- Já não me queixo que os galos me persigam, pois vejo que nem entre eles há paz.
Moral da Estória:
Se chegas a uma comunidade onde os vizinhos não vivem em praz, fica certo que tampouco te deixarão viver em paz.
sexta-feira, 30 de maio de 2008
Coletânea de Fábulas I
O diamante
O Hindu chegou aos arredores de certa aldeia e aí sentou-se para dormir debaixo de uma árvore. Chega
correndo, então, um habitante daquela aldeia e diz, quase sem fôlego:
-Aquela pedra! Eu quero aquela pedra.
-Mas que pedra? Pergunta-lhe o Hindu.
-Ontem à noite, eu vi meu Senhor Shiva e, num sonho, ele disse que eu viesse aos arredores da cidade, ao pôr-dosol;
aí devia estar o Hindu que me daria uma pedra muito grande e preciosa que me faria rico para sempre.
Então, o Hindu mexeu na sua trouxa e tirou a pedra e foi dizendo: -Provavelmente é desta que ele lhe falou;
encontrei-a num trilho da floresta, alguns dias atrás; podes levá-la! E assim falando, ofereceu-lhe a pedra.
O homem olhou maravilhado para a pedra. Era um diamante e, talvez, o maior jamais visto no mundo.
Pegou, pois, o diamante e foi-se embora. Mas, quando veio a noite, ele virava de um lado para o outro em sua cama
sem conseguir dormir. Então, rompendo o dia, foi ver novamente o Hindu e o despertou dizendo:
-Eu quero que me dê essa riqueza que lhe tornou possível desfazer-se de um diamante tão grande assim tão
facilmente!
Anthony de Mello, S.J., 1982, Lonavia, Índia O canto do pássaro, Edição Loyola, São Paulo, Brasil, 1992
Calúnia
Uma mulher tanto falou que seu vizinho era um ladrão que o rapaz acabou sendo preso. Dias depois, descobriram
que ele era inocente. O rapaz, então, foi solto e processou a mulher.
-Comentários não causam tanto mal, disse ela em sua defesa diante do tribunal.
-Escreva os comentários num papel, depois pique-o e jogue os pedaços no caminho de casa. Amanhã, volte para
ouvir a sentença, respondeu o juiz.
A mulher obedeceu e voltou no dia seguinte.
-Antes da sentença, terá que recolher todos os pedaços de papel que espalhou ontem, disse o juiz.
-Impossível, respondeu ela. Já não sei onde estão.
-Da mesma maneira, um simples comentário pode destruir a honra de um homem, e depois você não tem como
consertar o mal, respondeu o juiz, condenando a mulher à prisão.
A corda
Era uma vez dois países, cortados por um rio, rápido, largo, perigoso, no qual muitos se afogavam ao tentar
atravessá-lo. Em um país fluía o leite e o mel - era chamado o país da felicidade. O outro, rasgado por brigas e
devastado pela preocupação, era chamado o país da infelicidade.
Um dia um homem observa aquele meio e, por Amor, resolve fazer alguma coisa.
- Vou esticar uma corda de uma margem à outra. Mesmo que eu morra ao enfrentar os perigos do rio, não importa.
No futuro, outros poderão apanhar a corda, atravessar o rio com segurança e atingir o país da Felicidade.
Esse homem executa o seu projeto: encontra uma corda, amarra uma das extremidades em uma árvore, agarra a
outra ponta e mergulha na correnteza, lutando contra as ondas.
No meio da espuma e dos rodemoinhos, caçadores confundem-no com um animal e atiram nele, ferindo-o
mortalmente. Mas num último esforço, o homem consegue atingir a outra margem e amarrar a corda a uma árvore.
Pela falta de discernimento dos caçadores, morre, mas não antes de atingir o seu objetivo.
A partir desse momento, tal homem de coragem foi reverenciado por todos, que diziam:
- Ele morreu para nos salvar; é digno do nosso amor.
Na verdade, rendiam-lhe homenagens. Todos o faziam. Mas poucos seguiam o seu exemplo.
- Se segurarmos a corda, não corremos o risco de nos afogar... Mas... a água está tão fria e o rio é tão largo...! O
perigo da travessia continua grande!
E assim, no decorrer dos anos, a corda foi esquecida. Coberta de algas e de galhos, não era mais visível. Porém, o
culto ao herói sobreviveu: o povo construiu monumentos em sua memória, cantou hinos em sua honra e continuou
evocando o seu nome, pelo grande amor que aquele ser lhes havia dedicado.
Vieram as gerações: a segunda, a terceira, a quarta... Oradores, cientistas e letrados falavam das virtudes do herói e
diziam como que, morrendo, ele salvara os homens. Mas nunca mais se falou da corda jogada por cima do rio. Tinha
sido completamente esquecida.
Os argumentos, os discursos e os ensinamentos dos chamados "sábios" acabaram criando uma grande confusão.
Superstições proliferaram e raros foram os que conseguiram distinguir a Verdade.
Oradores declaravam: Por que esta disputa? A única coisa necessária é adorar o herói como um Deus e acreditar
que ele morreu para a salvação de todos. E eis que quando nós morrermos, entraremos sem dificuldades no país da
felicidade. Se o nosso corpo nos proíbe, por enquanto, a travessia do rio, após a morte a nossa alma voará para o
outro lado. O amor, a potência e a coragem do herói eram tão grandes que tudo o que pedirmos ao seu espírito ele
nos concederá se demonstrarmos bastante amor.
Quando o povo ouviu isto, sentiu uma alegria imensa e cobriu de honrarias os oradores, falando: Grande é a sua
sabedoria, pois nos mostram um caminho fácil. É simples: adorar, rezar e solicitar ao nosso herói a salvação na hora
da nossa morte. Portanto, agora, comamos, bebamos, sejamos alegres e aproveitemos da melhor maneira a nossa
estada no meio onde estamos.
Nesse meio tempo o espírito do herói contemplava os seus irmãos com tristeza, escutando as suas orações e
súplicas. Eles haviam esquecido a corda que ligava o país da infelicidade ao da felicidade e que havia custado a vida
do herói, para deixar a todos o exemplo de Coragem e o caminho da Paz, que passa pela educação do coração e
pela vontade de amar a todas as criaturas.
Aquele povo perdera a chave que lhes permitiria ler as palavras daquele herói e de outros que existiram antes dele.
Liam com os olhos da carne, em vez de lerem com os olhos da alma.
Ainda surdos para ouvir, não conseguiam escutar o herói que continuava a clamar:
- Acorda! A corda!! Acorda!!!
Sobre as Águas
Um missionário espanhol, passando por uma ilha, encontrou lá, isolado, um sacerdote asteca. Dirigiu-se então a
ele, no seu propósito de catequização e perguntou-lhe: - Como você reza?
O sacerdote respondeu: - Eu apenas me coloco em silêncio.
O missionário, penalizado com a ignorância do homem, disse: - Meu filho, vou ensinar-lhe como orar a Deus. Feito
isso, deixou a ilha.
Tempos mais tarde, já a caminho da Espanha, passou novamente pelo mesmo lugar. O sacerdote, ao avistá-lo ainda
dentro da embarcação, saiu ao seu encontro e, caminhando sobre as águas aproximou-se do barco e perguntou: -
Senhor, torna a me ensinar a oração, pois não consigo me lembrar dela.
O missionário, vendo aquilo, percebeu o que tinha feito e, envergonhado, disse-lhe: -Não importam as palavras, faça
o que manda o seu coração. Despediu-se emocionado e seguiu o seu caminho levando consigo a lembrança da sua
prepotência e a imagem do sábio sobre as águas.
Boneca de sal
A boneca de sal vagueou pela terra até chegar ao mar, onde ficou absorta a comtemplar aquela massa imensa
de água inquieta que ela nunca vira.
Quem é você? pergunta, então, ao mar. Pois entre e veja, diz o mar sorrindo.
Dito e feito, ela entrou dentro do mar e quanto mais entrava, mas se dissolvia até que só restasse um pouco do seu
corpo.
Antes de derreter-se totalmente, exclamou a Boneca admirada: Agora, sei quem eu sou!
Anthony de Mello, S.J., 1982, Lonavia, India
O canto do pássaro, Edição Loyola, São Paulo, Brasil, 1992
Os ossos do rei
Havia um rei que se orgulhava muito de sua linhagem e que era conhecido por sua crueldade com os
mais fracos. Certa vez, caminhava com sua comitiva por um campo, onde, anos antes, havia perdido
seu pai em uma batalha. Ali encontrou um homem santo remexendo uma enorme pilha de ossos.
O rei, então, intrigado, perguntou-lhe: - O que fazes aí, velho?
- Honrada seja Vossa Majestade, disse o homem santo. Quando soube que o Rei vinha por aqui,
resolvi recolher os ossos de vosso falecido pai para entregar-vos. Entretanto, não consigo achá-los:
eles são iguais aos ossos dos camponeses, dos pobres, dos mendigos e dos escravos.
O Trabalho
Assim que morreu, Juan encontrou-se num belíssimo lugar, rodeado pelo conforto e beleza que
sonhava. Um sujeito vestido de branco aproximou-se: -Você tem direito ao que quiser, qualquer
alimento, prazer, diversão. Encantado, Juan fez tudo que havia sonhado fazer durante a vida. Depois
de muitos anos de prazeres, procurou o sujeito de branco:
-Já experimentei o que tinha vontade. Preciso agora de um trabalho, para me sentir útil.
-Sinto muito, disse o sujeito de branco, mas esta é a única coisa que não posso conseguir. Aqui não
há trabalho.
-Que terrível, disse Juan, passar a eternidade morrendo de tédio. Preferia mil vezes estar no inferno.
O homem de branco aproximou-se e disse em voz baixa: -E onde o senhor pensa que está?
O Camundongo da Cidade e o do Campo
espevitado, mas queria muito bem ao primo, de maneira que o recebeu com muita satisfação. Ofereceu-lhe o que tinha de melhor:
feijão, toucinho, pão e queijo.
O camundongo da cidade torceu o nariz e disse:
- Não posso entender, primo, como você consegue viver com estes pobres alimentos. Naturalmente, aqui no campo, é difícil obter
coisa melhor. Venha comigo e eu lhe mostrarei como se vive na cidade. Depois que passar lá uma semana, você ficará admirado
de ter suportado a vida no campo.
Os dois pusseram-se, então, a caminho. Tarde da noite, chegaram à casa do camundongo da cidade.
- Certamente você gostará de tomar um refresco, após esta caminhada, disse ele polidamente ao primo.
Conduziu-o à sala de jantar, onde encontraram os restos de uma grande festa. Puseram-se a comer geléias e bolos deliciosos. De
repente, ouviram fosnados e latidos.
- O que é isto? Perguntou, assustado, o camundongo do campo.
- São, simplesmente, os cães da casa, respondeu o da cidade.
- Simplesmente? Não gosto desta música, durante o meu jantar.
Neste momento, a porta se abriu e apareceram dois enormes cães. Os camundongos tiveram que fugir a toda pressa.
- Adeus, primo, disse o camundongo do campo. Vou voltar para minha casa no campo.
- Já vai tão cedo? perguntou o da cidade.
- Sim, já vou e não pretendo voltar, concluiu o primeiro.
(Mais vale o pouco certo, que o muito duvidoso)
A Raposa e a Cegonha
"A raposa e a cegonha mantinham boas relações e pareciam ser amigas sinceras. Certo dia, a raposa convidou a cegonha para
jantar e, por brincadeira, botou na mesa apenas um prato raso contendo um pouco de sopa. Para ela, foi tudo muito fácil, mas a
cegonha pode apenas molhar a ponta do bico e saiu dali com muita fome.
- Sinto muito, disse a raposa, parece que você não gostou da sopa.
- Não pense nisso, respondeu a cegonha. Espero que, em retribuição a esta visita, você venha em breve jantar comigo.
No dia seguinte, a raposa foi pagar a visita. Quando sentaram à mesa, o que havia para o jantar estava contido num jarro alto, de
pescoço comprido e boca estreita, no qual a raposa não podia introduzir o focinho. Tudo o que ela conseguiu foi lamber a parte
externa do jarro.
- Não pedirei desculpas pelo jantar, disse a cegonha, assim você sente no próprio estomago o que senti ontem.
(Quem com ferro fere, com ferro será ferido)
A Lebre e a Tartaruga
"A lebre estava se vangloriando de sua rapidez, perante os outros animais:
- Nunca perco de ninguém. Desafio a todos aqui a tomarem parte numa corrida comigo.
- Aceito o desafio! Disse a tartaruga calmamente.
- Isto parece brincadeira. Poderi dançar à sua volta, por todo o caminho, respondeu a lebre.
- Guarde sua presunção até ver quem ganha. recomendou a tartaruga.
A um sinal dado pelos outros animais, as duas partiram. A lebre saiu a toda velocidade. Mais adiante, para demonstrar seu
desprezo pela rival, deitou-se e tirou uma soneca.
A tartaruga continuou avançando, com muita perseverança. Quando a lebre acordou, viu-a já pertinho do ponto final e não teve
tempo de correr, para chegar primeiro.
(Com perseverança, tudo se alcança)
O Fazendeiro, seu Filho e o Burro
"Um fazendeiro e seu filho viajavam para o mercado, levando consigo um burro. Na estrada, encontraram umas moças salientes,
que riram e zombaram deles:
- Já viram que bobos? Andando a pé, quando deviam montar no burro?
O fazendeiro, então, ordenou ao filho:
- Monte no burro, pois não devemos parecer ridículos.
O filho assim o fez.
Daí a pouco, passaram por uma aldeia. À porta de uma estalagem estavam uns velhos que comentaram:
- Ali vai um exemplo da geração moderna: o rapaz, muito bem refestelado no animal, enquanto o velho pai caminha, com suas
pernas fatigadas.
- Talvez eles tenham razão, meu filho, disse o pai. Ficaria melhor se eu montasse e você fosse a pé.
Trocaram então as posições.
Alguns quilometros adiante, encontraram camponesas passeando, as quais disseram:
-A crueldade de alguns pais para com os filhos é tremenda! Aquele preguiçoso, muito bem instalado no burro, enquanto o pobre
filho gasta as pernas.
- Suba na garupa, meu filho. Não quero parecer cruel, pediu o pai.
Assim, ambos montados no burro, entraram no mercado da cidade.
- Oh!! Gritaram outros fazendeiros que se encontravam lá. Pobre burro, maltratado, carregando uma dupla carga! Não se trata um
animal desta maneira. Os dois precisavam ser presos. Deviam carregar o burro às costas, em vez de este carregá-los.
O fazendeiro e o filho saltaram do animal e carregaram-no. Quando atravessavam uma ponte, o burro, que não estava se sentindo
confortável, começou a escoicear com tanta energia que os dois caíram na água."
(Quem a todos quer ouvir, de ninguém é ouvido)
Corvo e o Jarro
"Um corvo, quase morto de sede, foi a um jarro, onde pensou encontrar água. Quando meteu o bico pela borda do jarro, verificou
que só havia um restinho no fundo. Era difícil alcançá-la com o bico, pois o jarro era muito alto. Depois de várias tentativas, teve
que desistir, desesperado. Surgiu, então, uma idéia, em seu cérebro. Apanhou um seixo (fragmento de rocha ou pedra) e jogou-o
no fundo do jarro. Jogou mais um e muitos outros. Com alegria verificou que a água vinha, aos poucos, se aproximando da borda.
Jogou mais alguns seixos e conseguiu matar a sede, salvando a sua vida."
(Água mole, em pedra dura, tanto bate até que fura)
O Cão e o Osso
"Um dia, um cão, carregando um osso na boca, ia atravessando uma ponte. Olhando para baixo, viu sua própria imagem refletida
na água. Pensando ver outro cão, cobiçou-lhe logo o osso que este tinha na boca, e pôs-se a latir. Mal, porém, abriu a boca, seu
próprio osso caiu na água e perdeu-se para sempre."
(Mais vale um pássaro na mão do que dois voando)
A Moça e a Vasilha de Leite
"Uma moça ia ao mercado equilibrando, na cabeça, a vasilha do leite. No caminho, começou a calcular o lucro que teria com a venda
dele.
- Com este dinheiro, comprarei muito ovos. Naturalmente, nem todos estarão bons, mas, pelo menos, de três quartos deles sairão
pintinhos. Levarei alguns para vender no mercado. Com o dinheiro que ganhar, aumentarei o estoque dos ovos. Tornarei a pô-los a
chocar e, em breve, terei uma boa fazenda de criação. Ficando rica, os homens, pedir-me-ão em casamento. Escolherei, naturalmente,
o mais forte, o mais rico e o mais bonito. Como me invejarão as amigas! Comprarei um lindo vestido de seda, para o casamento e,
também, um bonito véu. Todos dirão que sou a noiva mais elegante da cidade.
Assim pensando, sacudiu a cabeça, de contentamento. A vasilha do leite caiu ao chão, o leite esparramou-se pela estrada e nada
sobrou para vender no mercado."
(Não se deve contar com o ovo quando ele ainda está dentro da galinha)
Vento e o Sol
"O vento e o sol estavam disputando qual dos dois era o mais forte. De repente, viram um viajante que vinha caminhando.
- Sei como decidir nosso caso. Aquele que coseguir fazer o viajante tirar o casaco, será o mais forte. Você começa, propôs o sol,
retirando-se para trás de uma nuvem.
O vento começou a soprar com toda a força. Quanto mais soprava, mais o homem ajustava o casaco ao corpo. Desesperado, então o
vento retirou-se.
O sol saiu de seu esconderijo e brilhou com todo o esplendor sobre o homem, que logo setiu calor e despiu o paletó."
(O amor constroi, a violência arruína)
quinta-feira, 29 de maio de 2008
"No fim tudo acaba bem..."
Criei este blog por acaso, enquanto espero alta de uma licença médica. Alta esta, que já me foi dada pelo meu médico há 2 dias, mas como devo aguardar a decisão da perícia, e esta só poderá ser dada por um determinado perito, que por alguma razão - ou por falta desta - exige que minha avaliação seja feita por ele... Bem, não vou perder tempo falando de mediocridades... "no fim tudo acaba bem, se não está bem, é porque ainda não chegou o fim." shakespeare
