Um sinal de trânsito muda de estado em média a cada 30 segundos (30 segundos no vermelho e trinta no verde ). Então, a cada minuto um mendigo tem 30 segundos para faturar pelo menos R$ 0,10, o que numa hora dará 60 x 0,10 = R$ 6,00. Se ele “ trabalhar “ 8 horas por dia, 25 dias por mês, num mês terá faturado 25 x 8 x 6 = R$ 1.200,00!!!!!!!!!!!!
Muitos professores em nosso país, trabalhando em uma média de 21 dias no mês, não recebe o equivalente ao pedinte do sinal. Isto é vergonhoso! Como podemos pedir aos nossos alunos que estudem, se muitas das vezes seu pai, que nunca sentou em um banco escolar, recebe mais que seu professor? Isto é uma humilhação!
Está na hora de enviarmos uma cartinha para os nossos governantes com o seguinte título: Desabafo de um professor. Dia 15 de outubro seria uma excelente data para manifestarmos toda nossa indignação. Imaginem milhões de desabafos enchendo as caixas de sugestões da Presidência da República, do Governo do Estado e Prefeitura da sua cidade, em um único dia!
“A União do Rebanho Faz o Leão Dormir com Fome".
Provérbio Africano
Eis a o Desabafo da Professora Tânia, na íntegra:
Senhor Presidente,Venho por meio desta, tentar sensibilizá-lo através de uma caminhada na vida de um personagem que um dia tenho a certeza que já foi importante na vida de quase todas as pessoas, assim espero.
Presidente, como o senhor se sentiu ao receber um certificado do segundo grau? Lembro-me que o vi muito emocionado e confesso que eu senti que estava dentro daquele certificado junto aos demais colegas. A emoção apertou meu coração e vi o quanto eu tinha, pela primeira vez, sido importante para alguém. Pena que foi muito rápido e logo caiu no esquecimento. Mas digo que o senhor é como aquele garotinho que no início vem chorando para os meus braços, com seus dedinhos duros e eu começo a trabalhar com eles e lhes amacio, lhe ajudo a refletir, a buscar o seu caminho, dando-lhe diretrizes e bases para descobrir a sua dedicação profissional. Então esse mesmo garotinho cresce se torna um grande profissional na área que mais se identificou, como por exemplo: um juiz, um auditor, um Presidente e esquece aquela professorinha que tanto lhe amou. Amar, sim. Infelizmente ou felizmente, aqueles que ainda não abandonaram o magistério amam com todo afinco a profissão e é por todos nós que estou aqui chorando os meus 23 anos de magistério. Só Deus sabe de onde encontrei esta coragem para lhe escrever e nem mesmo sei se o senhor irá lê-la. Enfim, gostaria de perguntar se o senhor acha justo um juiz, dentre outras profissões ganharem mais de R$10.000,00 e eu me aposentar com menos de R$1.500,00, sem direito a fundo de garantia, pagando impostos, sem um plano de saúde da minha escolha, uma casa própria, um carro popular, sem implantes nos dentes, um plano odontológico, sem fazer uma plástica? Será que dos anos 30 pra cá descemos tanto o patamar que a expressão “evoluir” caiu? Se hoje o senhor decidir me receber no Planalto para ouvir meu desabafo pessoalmente, eu agradeceria o convite, mas seria obrigada a recusar. A razão simples e cruel de minha recusa, é que não teria como pagar a passagem e nem teria dinheiro para me vestir a altura, infelizmente.
Mas tudo bem! Se alguém se dignar a ler este meu desabafo, já me dou por satisfeita! Lembre-se Srº Presidente: Investir no Professor é a maneira mais fácil de economizar nas despesas de um país!
Um abraço da professora Tânia, da Escola Municipal Presidente Castelo Branco, em Mesquita, Rio de Janeiro.
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