Natal
De repente o sol raiou
E o galo cocoricou:
— Cristo nasceu!
O boi, no campo perdido
Soltou um longo mugido:
— Aonde? Aonde?
Com seu balido tremido
Ligeiro diz o cordeiro:
— Em Belém! Em Belém!
Eis senão quando, num zurro
Se ouve a risada do burro:
— Foi sim que eu estava lá!
E o papagaio que é gira
Pôs-se a falar: — É mentira!
Os bichos de pena, em bando
Reclamaram protestando.
O pombal todo arrulhava:
— Cruz credo! Cruz credo!
Brava
A arara a gritar começa:
— Mentira! Arara. Ora essa!
— Cristo nasceu! canta o galo.
— Aonde? pergunta o boi.
— Num estábulo! — o cavalo
Contente rincha onde foi.
Bale o cordeiro também:
— Em Belém! Mé! Em Belém!
E os bichos todos pegaram
O papagaio caturra
E de raiva lhe aplicaram
Uma grandíssima surra!
Ainda dá tempo de uma poesia infantil de Vinícius de Morais! Podemos aproveitar esses últimos e derradeiros dias em que achamos que nada mais temos a fazer em sala de aula, para apresentar uma poesia por dia aos nossos alunos. Podemos preparar uma encenação com dedoches, máscaras, ou simplesmente ler com eles. Depois da leitura, uma reescrita e para finalizar, uma dobradura. Quem sabe aquele "ainda não..." ,que vive sendo usado em nossos relatórios, não transforma-se em "o aluno atingiu todos os objetivos previstos para o período"?
Dobradura do Papagaio:
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